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​State of the Nation, Education, Employment and Skills in Portugal, a study by the José Neves Foundation, reveals the main conclusions on the evolution of wages, the labor market, the digitization process in employment and education. The study concluded that, in general, the progress of the different indicators has been very positive, but a more sustained and significant improvement is needed, mainly in the indicators of employment and the alignment between education and employment.

05-07-2023

O Estudo aponta que a aposta na educação e na formação contínua é crucial para assegurar aos portugueses perspetivas de empregabilidade de qualidade, realização pessoal e bem-estar. É fundamental para as empresas serem mais bem geridas e mais produtivas e urgente para um Portugal mais competitivo e desenvolvido. De acordo com o estudo, durante o ano  de 2022, os indicadores-chave da educação e do alinhamento entre educação e emprego progrediram, mas os indicadores relativos ao emprego mantiveram-se.

Um indicador importante para aferir o alinhamento entre educação e emprego é a taxa de emprego de jovens que terminaram ciclos de ensino nos três anos anteriores. Este indicador permite aferir que essa taxa aumentou em 2022, fixando-se em 78%.  Na média dos países da União Europeia o indicador situou-se nos 81,3%.

No entanto, em 2022, uma parte significativa dos jovens adultos (25-34 anos) com o ensino superior estavam empregados, mas trabalhavam em profissões desajustadas ao seu nível de escolaridade (cerca de 22,4%), um valor significativamente superior ao do início da década anterior (16,6% em 2011). Este desajustamento resulta de uma sub-utilização de competências adquiridas e é reveladora de um potencial desencontro entre formação superior e emprego. Em 2022, o peso do emprego nos setores tecnológicos e intensivos em conhecimento, em Portugal, recuou para 44%, sendo, no entanto, o valor mais elevado da década, com exceção do de 2021, com 45,2%.  O país tem vindo a diminuir o fosso em relação à média europeia neste indicador, que se fixou em 46,7% em 2022.

A participação de adultos em educação e formação está a aumentar desde 2017, com exceção do ano de 2020 (ano de pandemia). Apesar desta evolução, o valor em 2022 é modesto e apenas 13,8% dos adultos participaram em educação e formação, um valor que é superior à média europeia (11,9%), mas abaixo da média dos 5 cincos países mais bem posicionados (27%). São os mais escolarizados que mais participam em educação e formação (24%), mas há um aumento na participação dos adultos menos escolarizados, em particular com o ensino secundário, sendo de 2 pontos percentuais o aumento entre 2021 e 2022, para 14% em 2022.

Apesar da melhoria, Portugal continua no topo da União Europeia em termos de na percentagem de adultos com baixa escolaridade. Em 2022, 39,7% dos adultos entre os 25 e os 64 anos tinham completado, no máximo, o ensino básico, o que é manifestamente negativo se compararmos com a média da União Europeia se fixou nos 20,5%, isto apesar da grande progressão face aos 65,4% de 2011.

O relatório da Fundação José Neves destaca a escolaridade dos jovens como um dos indicadores de educação que tem tido uma evolução notável em Portugal. A taxa de abandono escolar diminuiu de 23% em 2011 para 6% em 2022. O  aumento da percentagem de jovens adultos (dos 25 aos 34 anos) com o ensino superior também foi significativo, de 27,5% em 2011 para 44,4% em 2022, colocando Portugal ligeiramente acima da média dos países da União Europeia, de 42%.

No que respeita à evolução dos salários, em 2022, o ganho salarial dos jovens adultos com o ensino superior, face ao secundário, caiu para pouco mais de metade do registado em 2011. Nesse ano, um jovem adulto (25-34 anos) com um curso superior tinha, em média, um salário cerca de 50% superior ao de um jovem adulto com o ensino secundário, em 2019 essa diferença diminuiu para 32%. Em 2022, o valor caiu para 27%, em resultado da queda dos salários em termos reais destes dois grupos.

Sobre o mercado de trabalho, as conclusões do estudo revelam que o ano de 2022 teve a maior taxa de emprego desde o início da década anterior: 75%. O desemprego também recuperou, exceto para os jovens. No final de 2022, a taxa de desemprego da população entre os 18 e 64 anos de idade era aproximadamente de 6,6%. No caso dos jovens, o impacto da pandemia é mais persistente. Em 2022, a taxa de desemprego para os jovens entre os 18 e os 34 anos fixou-se nos 10,7%.

O estudo confirma ainda que as competências digitais são mais valorizadas após a pandemia. Em 2022, das competências pedidas em ofertas de emprego, 28% eram digitais, sendo as que viram o seu peso aumentar de forma mais significativa: em 2019, representavam cerca de 25% das competências mencionadas em ofertas de emprego. Foi igualmente notório um aumento ao nível das ofertas de emprego que mencionavam competências digitais. Em 2022, 66% das ofertas solicitaram pelo menos uma competência digital, em linha com o valor de 2020, mas muito superior aos 54% de 2019.

O "Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal" tem o objetivo de apresentar a situação do país nestes domínios e promover a discussão pública para uma urgente evolução do sistema de educação e formação e o seu alinhamento com as necessidades do mercado de trabalho e com os desafios do futuro.

Em Portugal, os fundos europeus têm contribuído de forma muito impactante para a resposta às questões da qualificação e do emprego da população. O PO CH apoiou a qualificação da população portuguesa, entre 2014 e 2020, num total de 1 milhão 133 mil pessoas, entre jovens e adultos, com um investimento total de 4 830 milhões de euros (M€), que integram 4 119 M€ de apoios do Fundo Social Europeu. Para o novo período de programação 2021-2017, o PESSOAS 2030 concentra em si os apoios ao emprego, às qualificações e à inserção social, promovendo de forma transversal a resposta aos problemas demográficos. O valor total de investimento aprovado ascende aos 5 691 M€ de Fundo Social Europeu +.

 

Aceda aqui ao relatório


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