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​A edição deste ano destaca como temas centrais a igualdade de oportunidades no acesso, participação e progressão na educação bem como os resultados no mercado de trabalho e a forma como são impactados por dimensões como género, estatuto socioeconómico, país de nascimento e localização regional.

11-10-2021

​De acordo com o relatório “Um olhar sobre a Educação” (Education at a Glance, no original) publicado pela OCDE,  alcançar a educação básica para todos e resultados educacionais equitativos ainda é um desafio. Um em cada cinco adultos em toda a OCDE não concluiu o ensino médio e, em alguns países, um número ainda significativo de crianças abandona a escola mais cedo. Em 2019, pelo menos 10% dos jovens em idade escolar não iam à escola em cerca de um quarto dos países da OCDE e parceiros. Em Portugal esta taxa é de apenas 0,1%, tendo reduzido 17 p.p desde 2005.

A pandemia veio exacerbar ainda mais as diferenças que já existiam nas oportunidades de aprendizagem. Entre os fatores que influenciam o desempenho educacional, o estatuto socioeconómico tem maior impacto sobre a escolaridade de jovens de 15 anos do que o género ou país de origem, afetando a escolha do seu percurso escolar.  No entanto, e apesar das desigualdades, Portugal destaca-se como destino de estudantes internacionais oriundos de países com baixos rendimentos. Segundo o relatório, os estudantes oriundos de países com baixos rendimentos têm menos probabilidade de ir estudar para o estrangeiro. Em 2019, representavam 29% dos estudantes internacionais nos países da OCDE, comparado com 32% em Portugal.

O crescimento da educação nas últimas décadas não beneficiou de igual modo homens e mulheres. Os jovens do género masculino têm mais probabilidade de não terem uma qualificação do ensino médio, nos países da OCDE. Em Portugal a proporção de mulheres jovens com ensino médio é superior em 14,4% à do mesmo perfil de homens.  Estes têm, por seu lado, mais predisposição para procurar o ensino profissional do que a via tradicional de ensino.Segundo a média apresentada para os países da OCDE e parceiros, em 2019, os homens representavam 55% dos certificados com um nível de ensino médio em programas vocacionais, em comparação com 45% em geral. Em Portugal, e no mesmo ano, os homens detinham 51,4% dos certificados em programas de educação e formação, em comparação com 44,6% em geral, no mesmo nível de ensino.  Os homens também têm menos probabilidade de ingressar e de concluir um grau no ensino superior. No mesmo ano, as mulheres correspondiam a 55% dos inscritos no ensino superior, sendo que, em Portugal este valor se situava nos 54%.  Se estes padrões se mantiverem, espera-se que 46% das jovens mulheres obtenham um diploma de ensino superior pela primeira vez antes de completarem 30 anos, 15 pontos percentuais a mais do que os homens. Portugal acompanha essa tendência com 51% de mulheres a obterem o seu diploma de ensino superior pela primeira vez antes dos 30 anos, 16% acima dos homens.

Em Portugal, segundo o relatório, as mulheres têm, contudo, mais dificuldades no acesso ao mercado de trabalho e chegam a ganhar apenas 78% do salário dos homens em empregos que requerem as mesmas qualificações. No ano de 2020, apenas 65% das mulheres entre os 25 e os 34 anos que tinham concluído o 9.º ano estavam empregadas, em comparação com 80% dos homens em Portugal. No entanto, esta diferença de género é menor do que a média nos países da OCDE, onde 43% das mulheres e 69% dos homens com conclusão do ensino médio estão empregados. Quase metade das mulheres (49%)  entre os 25 e os 34 anos tinha um diploma de ensino superior em 2020, contra 35% dos seus pares do sexo masculino. Mesmo assim, continuam a ser uma minoria em cursos nas áreas científicas, tecnológicas, engenharia e matemática (cursos STEM), o que se repete na maioria dos países da OCDE.

De acordo com o relatório, os caminhos na educação podem ser diversos, tanto entre os países quanto para diferentes indivíduos dentro do mesmo país. Garantir que as pessoas tenham oportunidades para atingir níveis adequados de educação é um repto que depende da sua capacidade de progredir nos diferentes níveis de um sistema educacional. Desenvolver e fortalecer a educação geral e a formação profissional no ensino secundário superior pode tornar a educação mais inclusiva e atraente para os indivíduos com diferentes preferências e aptidões. Programas de educação e formação profissional (EFP) são uma opção atraente para jovens que estão mais interessados ​​em ocupações práticas e para aqueles que querem entrar no mercado de trabalho mais cedo. Em muitos sistemas de educação, a EFP permite que alguns adultos se reintegrem num ambiente de aprendizagem e desenvolvam competências que irão aumentar a sua empregabilidade.

Em Portugal, ainda são muitos os adultos com baixa escolarização. Em 2020, 21% dos adultos da OCDE entre os 24 e os 64 anos não tinham terminado o secundário, enquanto que em Portugal, a percentagem rondava os 40%. O relatório revela também que quem tem mais formação tem também mais vontade de voltar a estudar. É mais comum voltar a estudar entre os 25 e os 34 anos, os mais velhos têm 25% menos probabilidades de o fazer. No relatório, Portugal aparece como um dos países que teve o maior aumento de jovens entre os 25 e os 34 anos que continuaram a estudar depois de terminar o ensino obrigatório. Entre 2010 e 2020, a média da OCDE foi de 9%, contra 24% no nosso país.

Aceda aqui ao relatório


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